A oração é um «diálogo» amoroso com Deus que nos liberta da escravidão do mundo e do pecado. É pela oração que nos deixamos conduzir pelo Espírito Santo. Se deixarmos a oração, afastamo-nos de Deus e recaímos na escravidão do pecado. Como pode o Espírito Santo ser a «nossa vida» se o nosso coração estiver longe d’Ele?
Precisamos de orar para vencer as tentações. Jesus disse: «Vigiai e orai, para não cairdes na tentação» (Mt 26,41). A primeira tentação é que encontramos na oração aparece como uma atividade inútil. Além disso não é fácil concentrar-se, aparecem logo à nossa mente as coisas esquecidas e mil trabalhos mais urgentes do que oração, que não só distraem a nossa atenção, mas nos levam a desistir. Muitas vezes recorremos à oração «como o último recurso», o que revela a nossa falta de fé. Esquecemo-nos das palavras do Senhor: «Sem mim, nada podeis fazer» (Jo 15,5)». (CIC 2732)
Orar para vencer a preguiça. A preguiça é uma ameaça perigosa para a nossa vida espiritual. É uma forma de depressão devida à negligencia, ao relaxamento e à diminuição da vigilância. Jesus alertou-nos quando disse: «O espírito está pronto, mas a carne é fraca» (Mt 26,41). Por isso, pedimos ao Senhor um coração humilde, porque os humildes não se surpreendem com as fraquezas humanas. Os humildes não desanimam perante as dificuldades, mas confiam no Senhor e perseveram na oração. (cf. CIC 2733)
Oração e vigilância. Os grandes orantes, os santos – e o próprio Jesus – ensinam que a oração é um combate. É um combate contra quem? O Tentador faz de tudo para nos desviar da nossa oração e impedir a união com Deus. Por isso, a oração torna-se uma luta. Por isso, se queremos viver segundo o Espírito de Cristo, termos de enfrentar este «combate espiritual». A vida nova do cristão é inseparável do combate da oração. (CIC 2725)
A oração fortalece a nossa vontade. Precisamos da oração para fortalecermos a nossa vontade. Podemos dizer que a oração é uma paragem para fazermos abastecimento de boa vontade. Se paramos numa bomba de gasolina é para abastecer, não para estacionar o carro. E se abastecemos é porque tencionamos viajar. Mais para frente, quando for necessário, voltaremos a abastecer para prosseguirmos a viagem. A mesma coisa acontece na oração.
A oração é procura da verdade. É pela oração que nos aproximamos de Deus que é Verdade e não suporta a mentira. Com Ele temos que ser verdadeiros, humildes e sinceridade, não podemos fingir. Somos pecadores, fracos, preguiçosos, distraídos, pobres … A procura da verdade é sinal de abertura a Deus.
A verdade exige coerência. A coerência exige que a oração não termine com a oração, mas com a vida, com a ação, isto é com uma demonstração prática. O amor prova-se com os factos. A oração, se for verdadeira, torna-se um meio eficaz para enfrentarmos responsavelmente os problemas da nossa vida. Por isso, a oração não termina com a oração, mas com uma decisão concreta. O bem conseguido dar-nos-á força para alcançarmos, com outro gesto de amor, uma nova vitória. A oração prepara para ação e termina na ação.